domingo, 16 de dezembro de 2012

UM NOVO ANO PEDE NOVAS ATITUDES...

TENTE OUTRA VEZ
(Raul Seixas)

Veja!
Não diga que a canção está perdida
Tenha fé em Deus, tenha fé na vida
Tente outra vez!...

Beba!
Pois a água viva ainda 'tá na fonte
Você tem dois pés para cruzar a ponte
Nada acabou!

Ô, tente...
Levante sua mão sedenta e recomece a andar
Não pense que a cabeça aguenta se você parar
Não, não, não, não, não, não!

Há uma voz que canta, há uma voz que dança
Uma voz que gira... Bailando no ar...

Queira!
Basta ser sincero e desejar profundo
Você será capaz de sacudir o mundo
Vai! Tente outra vez!

Tente!
E não diga que vitória está perdida
Se é de batalhas que se vive a vida
Tente outra vez!...



domingo, 2 de dezembro de 2012

O exemplo de Pinóquio (parte final)


O recurso utilizado como representação também simbólica de que, assim como Pinóquio, os meninos que fugiam da escola, acabavam se emburrecendo, literalmente (inclusive nos aspectos físicos e na mudança do jeito de falar quase zurrando), sugere o distanciamento que hoje se pode constatar entre o ir à escola, mas não querer frequentar as aulas, justamente porque o trabalho intelectual a ser enfrentado não é percebido pelos meninos como importante e educativo. E o boneco paga um preço por não querer se instruir, e construir uma mentalidade intelectual, que é ver-se na pele (literalmente) de todos os meninos-burros mostrados pelo narrador como fugitivos das aulas. Nesse ponto da história, Gepeto já nem sabe mais do paradeiro de sua criatura, concretamente perdida, tanto para o mundo externo quanto no seu mundinho interno. E que depois vai virar comida de peixe, outra brilhante metáfora para o quase-fim, ou quase-morte, alimentada pelo próprio Pinóquio, ao se afastar enormemente da educação proposta pelo seu criador, e por ter somente orelhas de um burro, já que nem assim conseguia dar ouvidos aos conselhos de sua “consciência” (o grilo), ou de sua influência boa (a fada). Qualquer semelhança com o que acontece com nossos meninos aprendizes da modernidade não é mera coincidência.

                               A transformação gradativa do boneco para virar um menino ainda impõe obstáculos bíblicos, tornando muitos momentos do final da narrativa opressivos e tristes, quando pensamos que se trata de uma “criança”. A dificuldade final que se coloca a Pinóquio, e que vai funcionar como prova material de sua mudança de atitude, é o resgate de seu criador, engolido por uma enorme baleia. Imaginação à parte, a sobrevivência de Gepeto fez-se necessária para que a história mais uma vez nos premiasse com a maior parábola da Vida: o ciclo tinha que se completar para que criador e criatura pudessem se reencontrar. E que nessa revelação causada pela nova atitude do boneco estivesse implícita a vontade de mostrar ao “pai” o novo ser que se tornou, mesmo ainda sendo “boneco” de madeira. Enfim, Gepeto é encontrado pelo “filho” arrependido e fica feliz por finalmente conseguir que o mesmo se torne um ser humano de verdade (ainda que haja a intervenção da fada boa nessa metamorfose). Agora, Pinóquio tem possibilidades de ser mais feliz, sem esquecer que poderia ter evitado todos os percalços cinzentos e sofridos pelos quais passou desde o começo de sua criação, se houvesse mantido uma postura mais de menino, e menos de boneco. Mais de ser “humano” e menos de marionete, mais intelectual e menos alienado da realidade.

(PINÓQUIO, traduzido e versionado em vários idiomas, é do italiano Carlo Collodi).
CÉSAR PAVEZZI

domingo, 25 de novembro de 2012

O exemplo de Pinóquio (parte dois)


                               Claro está que uma “consciência” de boneco não estaria tão preparada ou orientada para as tentações do novo mundo que se abrira para Pinóquio. Não muito diferente do mundo de hoje, salvo na roupagem tecnológica que ganharam alguns tipos de distrações e lazeres, com certeza bem mais interessantes que as carteiras de escola e as atividades intelectuais propostas. E nesse caldeirão de influências, que no livro são representadas por criaturas inescrupulosas e enganadoras, as crianças não sabem (ou não querem) distinguir o que é mais importante para sua vida de “bonecos” deslumbrados com os espetáculos, portáteis ou massificadores, que o mundo midiático e consumista lhes oferece diariamente.

                               Ainda que haja “grilos falantes” e “fadas”, outros símbolos positivos na vida do menino, ou melhor, boneco, o grande circo de distrações e maravilhas aberto aos seus olhos e à sua imaginação funciona como o anestésico atrofiador de algum rasgo de consciência que seus verdadeiros amigos possam esperar de sua atitude. E a mentira entra como parte desse aprendizado torto, onde levar vantagem e não ser punido nem sempre conseguem impedir seu “nariz” comprido de denunciá-lo, e muitas vezes de se envergonhar. Já que ainda é um boneco-menino e não aprendeu certas malícias reservadas à vida de adulto.
(César Pavezzi)

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Em defesa da Escola

O exemplo de Pinóquio (1ª parte)


Gepeto (que é uma metáfora interessante de pai, criador e educador), um dia, descobre que tinha em mãos mais do que um amontoado de pedaços de madeira juntados e atados, mais do que uma marionete , enfim, tinha um menino, ou um projeto de menino, ser humano em construção. Outro simbolismo para a segunda infância, pois Pinóquio, assim “batizado” pelo criador, já nasceu criança desenvolvida e curiosa. Como muitas que nascem nos dias de hoje, ainda que com um pai que nem de longe tem a doçura e as preocupações de Gepeto, o velhinho. Os exemplos trazidos pela história desse boneco podem sugerir, ressalvadas a época de produção do romance e as intenções ideológicas do autor, uma comparação bastante próxima ao universo em que estão mergulhados nossos aprendizes da atualidade.
                               Como todo pai zeloso e empenhado na educação de filhos, Gepeto logo decide que Pinóquio deveria frequentar a escola. Decisão sábia, porém sem muito peso na consciência de um boneco de madeira que, ao longo das circunstâncias impostas pela história narrada, teria que lutar muito para se tornar um ser humano, menino de carne e osso, um desejo genuíno do próprio pai. O que existe de profundo e cíclico aqui é o fato de que todo criador tem essa vontade profunda de que sua criatura melhore, cresça, intelectual e emocionalmente, para conseguir ser reconhecido verdadeiramente como alguém, gente, humano e mais preparado para o mundo. Discurso semelhante ao de todo pai quando cobra seus filhos sobre a importância de estudar, empenhar-se na escola.

domingo, 11 de novembro de 2012

Simples e altamente verdadeiro

"Se você perdeu dinheiro,
perdeu pouco.

Se perdeu a honra,
perdeu muito.

Se perdeu a coragem,
perdeu tudo."

Vincent Van Gogh

sábado, 20 de outubro de 2012

PARA UMA REFLEXÃO PROFUNDA...


Fome e Ignorância

Fome e Ignorância — dois dos grandes flagelos da Humanidade.

A Fome ameniza o corpo.

A Ignorância obscurece a alma.

A Fome atormenta.

A Ignorância anestesia.

A Fome protesta.

A Ignorância ilude.

A Fome cria aflições imediatas.

A Ignorância cria calamidades remotas.

A Fome é crise gritante.

A Ignorância é problema enquistado.

Em todos os lugares, vemos o Faminto e o Ignorante em atitudes diversas.

O Faminto trabalha afanosamente na conquista do pão.

O Ignorante é indiferente à posse da luz.

O Faminto reconhece a própria carência.

O Ignorante não se define.

O Faminto aparece.

O Ignorante oculta-se.

O Faminto anuncia a própria necessidade.

O Ignorante engana a si mesmo.

Qualquer pessoa pode atender à Fome.

Raras criaturas, porém, conseguem socorrer a Igno­rãncia.

Para sanar a Fome, basta estender pão.

Para extinguir a Ignorância, é indispensável fazer Luz.

 

FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER

domingo, 7 de outubro de 2012

Questões de bom senso


Comunicar é sempre um desafio!




Às vezes, precisamos usar métodos diferentes para alcançar certos resultados.
Por quê?

•Porque a bondade que nunca repreende não é bondade: é passividade.
•Porque a paciência que nunca se esgota não é paciência: é subserviência.

•Porque a serenidade que nunca se desmancha não é serenidade: é indiferença.
•Porque a tolerância que nunca replica não é tolerância: é imbecilidade.


(recebido de um e-mail entre amigos da internet)

sábado, 29 de setembro de 2012

Poeminha campestre


DO LADO DE CÁ DO RIO

Do lado de cá do rio

Tem mais vida, tem mais verde...

Tem chorões e amoreiras

Tem menos pedras, mais terra

Tem mais vento que canta

E brinca com cortinas e roupas nos varais...

Do lado de cá do rio

Tem menos gente, mais tranquilidade

Tem sons de passarinhos diferentes

Tem um sol que parece maior

E uma lua muito mais redonda

E as noites são mais claras, lindas, estreladas...

Do lado de cá do rio

Tem mais simplicidade, mais emoção

Tem mais música melodiosa

Tem caminhos de mistério

Tem sossegos, tem silêncios

Tem crianças, tem cachorros

E muita vida ainda está por acontecer...

Do lado de cá do rio

 

César Pavezzi

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

ATITUDES DE QUEM NÃO SE IMPORTA...

COMPARAÇÕES
 
Ausência é pior que Silêncio,
Silêncio é pior que Distância,
Distância é pior que Menosprezo,
Menosprezo é pior que Desatenção,
Desatenção é pior que Desencontro,
Desencontro é pior que Desamor...
 
Ausência faz sofrer,
Silêncio gera angústia,
Distância traz desespero,
Menosprezo pode doer,
Desatenção faz adoecer,
Desencontro faz perder,
Desamor pode enlouquecer.
 
Evoluir é melhor que mudar...
 
Troque Ausência por Presença,
Saia do Silêncio para o Contato,
Mude a Distância para Importância,
Mate o Menosprezo com muito Afeto,
Cale a Desatenção com Cuidado,
Troque o Desencontro pela Busca,
Evolua do Desamor para AMOR.
 
César Pavezzi
 
 


domingo, 2 de setembro de 2012

Olhar a pessoa amada...


Pessoa Rara

Essa estonteante maravilha
essa pessoa rara
pode estar diante de nossa cara
Ou estar então milhas e milhas
como se fosse ilha, distante, difícil atingi-la

Ah, como somos cegos e insensíveis
por descrença, indiferença, tão visíveis
que chegamos mesmo a ignorar, tão meigo olhar

Dessa estonteante maravilha
dessa pessoa rara
que está bem diante de nossa cara
Luz intensa que brilha que brilha,
feito farol de milha
que venceu o breu que me envolvia
que venceu o breu que resistia
e que eu, só eu, é que não via.

domingo, 26 de agosto de 2012

Poema-canção existencial...


Pensamentos


Pensamentos que me afligem
Sentimentos que me dizem
Dos motivos escondidos
Na razão de estar aqui
As perguntas que me faço
São levadas ao espaço
E de lá eu tenho todas
As respostas que eu pedi

Quem me dera que as pessoas que se encontram
Se abraçassem como velhos conhecidos
Descobrissem que se amam
E se unissem na verdade dos amigos

E no topo do universo uma bandeira
Estaria no infinito iluminada
Pela força desse amor, luz verdadeira
Dessa paz tão desejada

Pensamentos que me afligem
Sentimentos que me dizem
Dos motivos escondidos
Na razão de estar aqui

E eu penso nas razões da existência
Contemplando a natureza nesse mundo
Onde às vezes aparentes coincidências
Têm motivos mais profundos

Se as cores se misturam pelos campos
É que flores diferentes vivem juntas
E a voz dos ventos na canção de Deus
Responde todas as perguntas

Pensamentos que me afligem
Sentimentos que me dizem
Pensamentos que me afligem
Sentimentos que me dizem
Pensamentos que me afligem
Sentimentos que me dizem

domingo, 19 de agosto de 2012

Final de Mensagens para sua Alma...

"Encha sua vida de amor. Ame
incondicionalmente até mesmo aquele
que lhe magoou. O sentimento que você
emanar para o mundo é o mesmo que
você receberá do mundo. A raiva, o rancor,
a revolta enchem o seu coração de
tristeza, ódio e dor."

(Orlando Ferraz - livro 19)

"Desperte para a vida! Creia no seu poder
de transformar a dor em alegria, a tristeza
em felicidade. Você é capaz de mudar o
seu destino. Abrace a vida com amor e ela
lhe recompensará com frutos saborosos."

(Orlando Ferraz - livro 20)

domingo, 5 de agosto de 2012

Novas mensagens para a Alma...

"Nunca subestime o outro, nem o humilhe
ou diminua. Talvez ele não tenha tido as
mesmas oportunidades que você. Talvez com
uma pequena ajuda, ele supere doutores e
mestres. O mais simples na essência é sempre
o mais sábio."

(Orlando Ferraz - livro 17)

"Ninguém é perfeito. Não cobre de você
mesmo a perfeição pois ela não existe.
O importante é que você viva dentro dos
princípios e valores morais, esforçando-se
a cada dia para contribuir pra um mundo
melhor. O que lhe parece pouco, pode ser
muito perante a vida."

(Orlando Ferraz - livro 18)

domingo, 29 de julho de 2012

Seguem outras Mensagens especiais para a Alma...

"Aprenda a viver dentro das suas possibilidades.
Buscar uma vida de aparências, fora da sua
realidade, só o levará para um abismo sem volta.
Construa a sua vida aos poucos, lutando a cada dia
e extraindo da vida o que ela tem de melhor:
a simplicidade."

(Orlando Ferraz - livro 15)

"Se alguém lhe ofendeu, não sofra pelas más
palavras que ouviu. Se estiver certo, lembre-se
com alegria da sua capacidade de compreender
as ofensas. Se estiver errado, use o que lhe
disseram para melhorar."

(Orlando Ferraz - livro 16)

sábado, 21 de julho de 2012

Mais Mensagens especiais para a Alma...

(Prezados Leitores e seguidores, depois de um período de descanso e convívio com familiares e amigos, volto com energias renovadas para a continuidade deste trabalho prazeroso. Aproveitem!)

"Não perca de vista o seu ideal.Creia  no que está fazendo
e canalize sua energia para alcançar o seu objetivo."

(Orlando Ferraz - livro 13)

"Não alimente nunca o sentimento da vingança. Nenhuma
conquista baseada na vingança dura por muito tempo. Todo
sentimento negativo trará um retorno negativo. Mais cedo
ou mais tarde você poderá se arrepender da atitude que
cometeu."

(Orlando Ferraz - livro 14)

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Seguem mais mensagens para o espírito...

Tenha sempre em mente onde você quer chegar.
Não se desvie dos seus objetivos.
Viva intensamente o presente mas criando
bases sólidas para o seu futuro.

(Orlando Ferraz - livro 11)

Você saudou o dia de hoje?
Olhe pela janela e diga BOM DIA!
para a vida.
Ela sorrirá para você. Experimente.

(Orlando Ferraz - livro 12)


domingo, 27 de maio de 2012

Segue série de mensagens para o espírito...

Não se revolte, não esbraveje contra
o que não pode controlar. Muitas vezes
o mal nos é afastado sem que percebamos.
O que hoje lhe parece uma perda
irreparável, amanhã pode se tornar
um ganho imensurável.

(Orlando Ferraz - livro 9)

Viva a vida! Aproveite os bons momentos
e as pequenas alegrias. Não valorize
somente os grandes acontecimentos, pois
eles são raros e muitas vezes não nos trazem
o retorno esperado. A beleza da vida está
nas coisas simples. Um encontro com amigos,
um jantar, uma reunião familiar, uma
surpresa.

(Orlando Ferraz - livro 10)

domingo, 6 de maio de 2012

Mais mensagens para o espírito...

Não se deixe invadir pela tristeza e
pelo desânimo. Nada pode lhe derrubar
quando você toma as rédeas do teu
próprio destino. Seja o condutor de sua vida.

(Orlando Ferraz - livro 7)

Não se envaideça de nada que você tenha, ou
pelo que você é. A vaidade e o orgulho são
os piores sentimentos que você pode ter no
seu interior. Tudo nesta vida é transitório.
Nenhum bem é eterno. Eterna mesmo,
somente a vida.

(Orlando Ferraz - livro 8)

domingo, 22 de abril de 2012

Mais mensagens para o espírito...

Antes de impor regulamentos e regras
para a vida dos outros, certifique-se
de que você é suficientemente
disciplinado para seguir essas
mesmas regras.

(Orlando Ferraz - livro 5)

Não se acovarde!
Diante dos obstáculos, reaja e
tome uma atitude. Nunca tenha
uma postura passiva quando os
acontecimentos forem contrários
aos seus interesses. O importante
é ter a certeza de que você está
no caminho certo, e prosseguir.

(Orlando Ferraz - livro 6)

terça-feira, 17 de abril de 2012

Mais mensagens para o espírito...

Nenhum lugar pode ser o seu porto seguro
se você não possuir a sua paz interior.
A paz exterior não se firmará se
lhe faltar o fundamento que vem
de dentro de você mesmo.

(de Orlando Ferraz - livro 3)

Hoje, tudo pode lhe parecer triste,
sem direção. Mas lembre-se por quantas
vezes você já se sentiu assim e, de alguma
maneira, as coisas se resolveram.
O sol voltou a ter esperança. Não se
esqueça de que a vida é feita de altos
e baixos. Não se entregue ao desânimo.
Olhe para frente, respire fundo e
procure a saída.

(de Orlando Ferraz - livro 4)

sábado, 7 de abril de 2012

Mensagens positivas e enriquecedoras do espírito

Nunca desanime...
Diante dos obstáculos, tenha uma atitude positiva.
Antes de tudo, acredite!
Acredite na sua força.
Escute a palavra amiga.
Entregue-se nas mãos de Deus...

(de Orlando Ferraz - livro 1)

Por mais que tudo lhe pareça caminhar
na direção contrária, acredite no seu propósito
e não desista da luta.

(de Orlando Ferraz - livro 2)

domingo, 1 de abril de 2012

HOMENAGEM AOS AMIGOS VERDADEIROS

"Meus amigos são todos assim: metade loucura, outra metade santidade.

Escolho-os não pela pele, mas pela pupila, que tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.

Escolho meus amigos pela cara lavada e pela alma exposta.

Não quero só o ombro ou o colo, quero também sua maior alegria.

Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto.

Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade.

Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.

Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça.

Não quero amigos adultos, nem chatos.

Quero-os metade infância e outra metade velhice.

Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto, e velhos, para que nunca tenham pressa.

Tenho amigos para saber quem eu sou, pois vendo-os loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a normalidade é uma ilusão imbecil e estéril".
 

Fernando Pessoa

sábado, 24 de março de 2012

Nada mais que poesia...

                                                Soneto à Liberdade
(César Pavezzi)

Liberdade, com letra maiúscula,
Porque transcende seu próprio sentido
De musa inspiradora das paixões
Desde o ser humano mais antigo.

Essa sóbria e tranqüila dama,
Que tanto nos acompanha na jornada,
É o que nos faz perder o controle
Em qualquer situação mais impensada.

Se por um lado a imaginamos amiga,
(E ela o é, com toda a certeza)
E confiamos nessa parceira tão antiga,

Também é verdade que, de surpresa,
Diante do muito a que a vida nos obriga,
Ela nos proporciona um tanto de beleza.


domingo, 11 de março de 2012

Entrevista com: FELICIDADE

Com vocês, leitores, nossa sétima e última convidada:


Repórter: É um grande prazer recebê-la, Senhora Felicidade!
Felicidade: Agradeço pelo convite e espero provocar muito contentamento com minhas respostas (risinho discreto).
César: Tenho certeza disso. Bem, em primeiro lugar, o que é verdadeiramente ser feliz?
Felicidade: Não é algo que se adquire através de coisas externas, bens materiais ou objetos concretos que o ser humano coloca à sua disposição. A Felicidade genuína está dentro de cada um, relacionada muito mais à alma do que a outra forma material de vida.
César: Então a Humanidade, em muitos momentos, se sente infeliz justamente por buscá-la do lado de fora, nas situações e objetos externos?
Felicidade: Sim, meu querido. Nada é tão sábio do que conhecer a si mesmo e saber o que realmente contenta seu coração e seu espírito, de forma subjetiva, emocional.
César: Dizem que o dinheiro, os bens materiais, não compram a Felicidade. Mas por que então existe tanta infelicidade causada pela miséria e má distribuição de valores materiais na Terra?
Felicidade: Um tanto do que respondi nas duas primeiras questões ajuda a compreender isso. Egoísmos, vaidades, falta de solidariedade, individualismos de toda sorte e interesses por poder não deixam que a Felicidade seja estimulada no coletivo, de forma mais humanizadora.
César: Bem, então podemos pensar que se os bens materiais fossem melhor divididos, todos seriam mais felizes?
Felicidade: Não é só isso. A verdade é que muitas pessoas não se contentam com uma vida mais simples, tendo o necessário para suprir suas necessidades materiais, e proporcionando uma divisão mais justa de recursos. Solidariedade teria que ser um exercício constante, não só um discurso.
César: Quer dizer que uma vida mais simples traz mais Felicidade do que a riqueza material?
Felicidade: Pode acreditar nisso. Eu estou mais presente nas coisas simples, no cotidiano das pessoas simples, nas pequenas alegrias, do que em grandes eventos marcados por pompa e luxo (que não revelam o sofrimento e a dor que escondem).
César: Então por que é que a tantas pessoas se sentem tão insatisfeitas, quando avaliam seu estado geral de Felicidade?
Felicidade: Porque ainda não aprenderam a amar. Amar família, colegas, amigos, namorados e até mesmo o trabalho que cabe a cada um como missão. Quando se estabelece uma rede de sabedoria para esse amor despojado e compreensivo, mais cresce a possibilidade de cada um e todos serem mais felizes.
César: É possível pensar que, desse modo, sem uma Felicidade coletiva, ninguém é verdadeiramente feliz no plano individual?
Felicidade: Sim. Quando há sintonia nessa busca, consciência e valorização de sentimentos, tudo se torna mais fácil. Por isso, a necessidade de se conhecer e valorizar mais suas alegrias internas, emocionais.
César: Muito sábio. Uma sabedoria que traz Felicidade... Estou muito comovido e bastante grato. Esperamos tê-la sempre ao nosso lado.
Felicidade: Meu objetivo é esse, meu caro. Desejo uma boa dose de mim a todos!
(parte do material intitulado Sete Entrevistas Inusitadas, da autoria de César Pavezzi.)

domingo, 4 de março de 2012

Entrevista com: CORRUPÇÃO

Com vocês, leitores, nossa sexta convidada:

Repórter: Nossa entrevistada dessa vez é a Senhora Corrupção.
Corrupção: É uma satisfação saber que os leitores se interessam por mim.
César: Realmente, a Senhora sempre esteve em alta no mundo todo. Como se sente com relação a isso?
Corrupção: Bom, eu sou um produto básico da índole do ser humano. Como diz a frase popular: “todo homem tem seu preço”. E com certeza passei a fazer parte da personalidade humana desde os tempos mais remotos.
César: Para muitos homens, a sua presença na sociedade representa um “câncer” que precisa ser extirpado totalmente, para não continuar contaminando os grupos sociais. O que pensa a respeito?
Corrupção: Eu não ligo a mínima. A própria humanidade criou mecanismos que facilitam a minha propagação. Desde certos relacionamentos familiares até grandes negócios comerciais, todos se utilizam de mim. É típico da civilização.
César: A Senhora quer dizer que quanto mais civilizado o mundo, mais corrupto ele se torna?
Corrupção: Essa espécie de civilização que se desenvolveu está toda costurada com atos e desmandos temperados por mim. Poder, dinheiro, fama, vaidades e egoísmos são terrenos férteis para o meu domínio.
César: Não incomoda ser famosa por provocar prejuízos e sofrimentos em vários graus?
Corrupção: Bem, eu também tenho vaidade, mas penso que a Humanidade não precisaria mais de mim se houvesse menos egoísmo e menos interesses materiais em jogo. Não é o que tem se visto por aí.
César: Políticos se corrompem tanto quanto empresários, ou existe mais da sua interferência em algum setor?
Corrupção: Eu existo na negociação miúda envolvida nas relações familiares e consigo atingir até os mais altos escalões de determinados conglomerados financeiros. Muitos me confundem com “conciliação” de interesses, e até me dão nomes bonitos, técnicos. Mas no fundo eu posso comprar qualquer um.
César: Exageros à parte, e quando existe uma pessoa que não se deixa influenciar pela sua presença em determinada relação social?
Corrupção: Penso que seja uma pessoa fora de sintonia com essa sociedade que se diz civilizada e desenvolvida, já que estar nesse jogo inclui uma boa dose de interesse material e individualismo. Essa, digamos, exceção da natureza humana seria um verdadeiro herói da modernidade.
César: Menos mal que a senhora possa considerar assim... Mas, por último, e quando a senhora não existir mais, o que fará depois da sua, digamos, aposentadoria?
Corrupção: Bem, meu rapaz, sendo bem direta: isso ainda vai demorar muito a acontecer. Imagine se as grandes organizações, instituições e famílias poderosas vão deixar de influir nos destinos da Humanidade? Onde houver jogos de interesses, mentalidades materialistas e lideranças imorais, lá estarei, sempre nas entranhas dessas negociações sociais...
César (cara de revolta): Mesmo diante de tanta franqueza, agradeço pela disposição de falar sobre sua realidade. Já foi o bastante!
(parte do material intitulado Sete Entevistas Inusitadas, do autor César Pavezzi.)

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Entrevista com: VERDADE

Com vocês, leitores, nossa quinta convidada:

Repórter: É uma honra poder ter este papo com a Senhora, Verdade.
Verdade: Estou verdadeiramente encantada por estar aqui, meu caro.
César: Então vamos à primeira pergunta: Por que os homens estão cada vez menos preocupados em praticá-la, Senhora Verdade?
Verdade: Medo, vaidade, orgulho ou hipocrisia, meu rapaz. O certo é que muitos mal entendidos e tragédias poderiam ser minimizados ou evitados se me levassem mais em consideração.
César: Em que ocasiões, se é que se pode colocar assim, o uso da Mentira é benéfico?
Verdade: Em muitas. Eu posso, muitas vezes, trazer sofrimentos terríveis e não provocar nenhum efeito útil, dependendo da questão. Não quero dizer com isso que mentir é melhor que me usar.
César: Do seu ponto de vista, como ensinar crianças a serem mais verdadeiras para se tornarem adultos responsáveis e conscientes?
Verdade: Os pais precisam ser verdadeiros com elas desde o princípio. Pais que escondem sentimentos, por exemplo, com objetivo de poupar os filhos de sofrimento, não ajudam na sua formação.
César: Mas a Senhora não concorda que as crianças são até mais verdadeiras que os próprios pais, na maior parte do tempo?
Verdade: Sim, plenamente. Elas têm uma companheira minha que se chama Espontaneidade. Uma pena que os adultos vão perdendo isso com o passar da vida.
César: E quando os adultos, líderes e pessoas públicas, adulteram completamente a Senhora, como se sente?
Verdade: Muito envergonhada. Parece até que ser verdadeiro é um desvio de comportamento nos dias de hoje. Minha amiga Honestidade tem sido cada vez mais ironizada, tanto no âmbito particular quanto no público.
César: Mas ser completamente verdadeiro não se torna um exercício difícil, num mundo onde a imagem e o artificialismo são tão venerados?
Verdade: É um ponderação sábia, mas como você mesmo coloca, trata-se de um exercício constante, até para sermos mais honestos com nosso próprio mundo interior. O reflexo disto certamente traria mais benefícios coletivos.
César: Para terminarmos, que compreensão racional é possível ter da Senhora, já que pra muitos, seu sentido é tão complexo?
Verdade: Do mais profundo de mim, o que existe são verdades, e não uma única, perfeita e absoluta. Assim como cada ser humano sente sua crença, cada um tem sua própria verdade.
César: Foi uma conversa muito interessante, instigante mesmo. Agradeço pelas palavras de sabedoria.
Verdade: Foi um contentamento poder esclarecer-me. Saibam me utilizar!

(parte do material intitulado Sete Entrevistas Inusitadas, de César Pavezzi.)

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Entrevista com: Família

Com vocês leitores, nossa quarta convidada:

Repórter: É um grande prazer falar com a Senhora, Família.
Família: O prazer é meu, embora eu esteja meio desvirtuada, nesses tempos tão socialmente caóticos e desorganizados.
César: É fato, o que me leva à primeira questão: a Senhora se refere a uma família nuclear, tradicional?
Família: Não, meu querido. Acho que o conceito de grupo familiar se ampliou muito, até por conta das diferentes combinações familiares que observamos no mundo de hoje. Prefiro considerar o sentimento de família como algo mais expressivo e sólido no estabelecimento de papéis.
César: E a que a Senhora atribui essas mudanças tão profundas e amplas?
Família: Essa desagregação e os novos tipos de laços atravessaram os tempos influenciados pelas transformações ideológicas, culturais e até psicológicas, sofridas pela Humanidade como um todo. É possível pensar que tudo isso tem sido produzido pelo próprio ser humano para poder se adequar a muitas angústias e muita sede de autoconhecimento.
César: Quer dizer que a Senhora vê de maneira positiva até que crianças sejam educadas por avós, tios ou pais adotivos?
Família: De maneira geral, sim. Antes ter educação, além de proteção e alimento, vindos de um parente ou familiar próximo, do que não poder contar com pais biológicos despreparados ou pouco amorosos, não acha?
César: O que é mais triste perceber, nesse mundo onde famílias nem são bem formadas e muitas se desagregam com facilidade extrema?
Família: Crianças que não sabem o que é ter a mim... Uma criança sem família é como uma árvore sem raízes. Ela tem muita dificuldade de se desenvolver e solidificar sua formação. Mesmo adotada por outras pessoas, com certeza ela vai ter uma estrutura emocional mais segura.
César: Se pensamos numa família tradicional, nuclear, qual é o principal elemento social para que a mesma não se desagregue?
Família: Nem é preciso imaginar essa tal tradição de pai, mãe e filhos... O que é necessário para uma união, uma convivência saudável e harmônica se traduz por amor. Pode faltar quase tudo em qualquer tipo de grupo familiar, menos um amor profundo entre seus vinculados.
César: Uma família menor, mais planejada, é sinônimo de família feliz?
Família: Nem sempre... Prefiro considerar que, grande ou pequena, tudo depende da consciência e dos laços afetivos que existem entre as pessoas que a compõem. Mas é bom lembrar que filhos precisam de pais preparados e que tenham vindo de uma formação emocional consciente.
César: Pois bem, agora um questionamento final: por que, mesmo sendo todos filhos do mesmo Deus-Pai, os seres humanos se esquecem da grande família que é a Humanidade?
Família: Porque se esquecem de foram feitos para serem irmãos, para servirem uns aos outros, caridosa e solidariamente, em harmonia. Quem sabe não está chegando o tempo em que isso tudo se transforme... para melhor...
César: Foi muito emocionante colher suas respostas sábias. Agradeço muito.
(parte do material intitulado: Sete Entrevistas Inusitadas, de autoria de César Pavezzi.)

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Entrevista com: Malícia

Com vocês leitores, nossa terceira convidada:


Repórter: Agradeço por aceitar nosso convite, Senhora Malícia.
Malícia: Estou contente por estar aqui, ainda mais com um repórter que parece tão... dedicado (sorriso insinuante).
César: (Pigarro) Bom, primeiro queremos saber como é fazer parte constante de muitos pensamentos dos seres humanos?
Malícia: Inevitável, meu caro. Com tanta superexposição de corpos e tantas insinuações em piadas, muito cedo as pessoas aprendem a me usar. E tenho certeza de que até gostam muito disso...
César: Mas o exagero dessa influência não pode tornar muita gente pervertida e imoral, quando se pensa em cidadania e bons costumes?
Malícia: Nossa, agora você parece estar falando como um velho beato e cheio de recalques emocionais. Não creio que é tão mal assim “apimentar” nossa visão dos fatos, em especial os que estão ligados à Sexualidade, minha companheira constante (risinho debochado).
César: Isso me faz lembrar de um outro questionamento: sua influência ocorre mais na mente das pessoas ou no estado emocional mesmo?
Malícia: Eu creio que as coisas no ser humano são cíclicas ou recorrentes. Se pensa maliciosamente, sente reflexos disso no seu comportamento; se há comportamento malicioso, sua mente vai ajudar a alimentar fantasias ou desejos a mais.
César: Há pessoas tímidas e introvertidas que não aceitam bem insinuações ou brincadeiras envolvendo a Senhora. O que opina sobre elas?
Malícia: Veja bem, sou suspeita para falar coisas positivas a meu respeito. Eu creio que certos seres humanos devem ter uma vida, incluindo a sexual, muito chata e sem graça (risinho dissimulado). E deveriam me agradecer por significar um estímulo a certos comportamentos, digamos, mais ousados.
César: A Senhora quer nos convencer de que presta um serviço à Humanidade quando contagia o exercício (ou a fantasia) sexual e o torna mais vulgar?
Malícia: Vulgaridade tem uma boa dose de mim, sim, por que não? Mas eu não controlo o modo como as pessoas se deixam levar... E nem o exagero. O que incentivo é algo mais irreverente quanto à sensualidade.
César: E sobre as piadas, algumas discriminatórias, que a envolvem?
Malícia: Em sociedades como as de hoje, onde quase tudo gira em torno de mim, não seria difícil constatar que muitas piadas só existem por conta daquilo que já expressei nas outras perguntas.
César: Já questionei a senhora Vaidade sobre estar ligada a um dos sete pecados bíblicos. E quanto à Senhora também ser lembrada na Luxúria?
Malícia: Acho graça relacionar pecado a tudo que é negativo nesse mundo, e me sinto orgulhosa de pensar que, mesmo que me considerem um mal, a maioria dos seres humanos continua me usando e abusando cotidianamente. Você não acha isso maliciosamente contraditório?
César (pigarreando): Bem, esgotamos as sete perguntas e eu agradeço pela oportunidade de estar com a Senhora.
Malícia: Não me agradeça, pois vai continuar estando comigo por muito tempo (riso). 

(parte do material produzido para o Blog, intitulado Sete Entrevistas Inusitadas, de César Pavezzi.)

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Entrevista com: VAIDADE

Com vocês, leitores, nossa segunda convidada:


Repórter: Bem vinda, cara Vaidade.
Vaidade: Obrigado, meu caro. Não pude deixar de reparar que te falta muito de mim... Parece um tanto despojado para um escritor, repórter... (sorriso irônico).
César: A Senhora está certa. E creio que, a partir disso, posso fazer meu primeiro questionamento: por que a Senhora se tornou tão vital para a maioria dos seres humanos?
Vaidade: Um tanto óbvio, não é, meu rapaz? A Humanidade se organizou em sociedades ritualistas e materialistas de toda ordem, facilitando essa necessidade de aparências e exigências de boa apresentação para conviver.
César: E como é estar sempre associada a padrões de autoestima, na mídia e no sentimento de muita gente?
Vaidade: Sensacional (sorriso largo). Eu deito e rolo quando percebo que somente através disso as pessoas se valorizam, se sentem mais seguras e extrovertidas.
César: Mas isso não pode ter um efeito contrário quando a pessoa descobre que autoestima vai muito além de aparência, tendo mais a ver com sua essência?
Vaidade: (Shhhh, pondo o dedo nos lábios) Que ninguém nos ouça, meu querido. Mas mesmo essas que pensam somente na essência, no interior, têm muito de vaidosas. É quase inconsciente, mas eu estou lá.
César: Bom, se for levar ao pé da letra o que disse na primeira resposta, podemos considerar que a Senhora é mais um produto dos meios que estimulam o consumo do que um sentimento genuíno do ser humano?
Vaidade: Também. Acho que as coisas são complementares: eu existo porque o ser humano precisa de mim para sobreviver e isso estimula a indústria de produtos e serviços para as pessoas me engrandecerem.
César: Pois bem, em sendo assim, não é estranho imaginar que muito mal se tem materializado por conta de seu domínio sobre líderes e abastados?
Vaidade: Veja bem, eu não tenho controle sobre isso. Sempre considerei que minha existência na cultura e no comportamento da Humanidade fosse para gerar realizações positivas, embelezadoras. Se assim não é, que posso fazer?
César: E como é estar associada a um dos sete pecados capitais, a Soberba, segundo a Bíblia?
Vaidade: Se é que posso me expressar assim, sinto como algo que me envaidece (riso) ainda mais. Imagine, se o próprio ser humano, apesar de me considerar um elemento de pecado, faz tanta questão que me colocar em evidência, eu é que não vou me criticar por isso, certo?
César: Por último, e se é que isso é possível, gostaria de saber se a Senhora faria alguma crítica a si mesma...
Vaidade: Nenhuma, meu querido. Sou linda, jovem, bem vestida, sigo as últimas tendências de moda e cosméticos, o que haveria para criticar aqui?! (sorrisos).
César: Está certo. Muito grato por nosso encontro.
Vaidade: Já acabou? Que pena, eu estava adorando. Pensei até em lhes dar umas dicas de beleza e gestual...
César: Numa próxima ocasião, talvez. Até!

(parte do material produzido para o Blog, intitulado Sete Entrevistas Inusitadas, de César Pavezzi.)

domingo, 29 de janeiro de 2012

Entrevista com: ESPERANÇA

Com vocês, leitores, nossa primeira convidada:

Repórter: Seja bem vinda, querida Esperança!
Esperança: Muito grata, meu rapaz. Espero (sorriso) que não nos demoremos muito aqui...
César: Não, Senhora. O planejado é fazer sete perguntas, não mais.
Esperança: Muito bem. E qual é sua primeira dúvida, meu caro?
César: O que pensa de ser um sentimento sempre presente no coração dos seres humanos?
Esperança: Ando decepcionada. Transformaram a mim e a outros sentimentos em meros produtos de propaganda, ideológica e existencial...
César: Sente então que não a valorizam como no passado?
Esperança: Pode até ser, em muitos casos. Mas me pego cansada, envelhecida demais, pois para muitos não passo de algo consolador.
César: E a Senhora gostaria de ser motivação para o quê?
Esperança: Ah, para muitos projetos e sonhos. As pessoas querem viver de mim, e esquecem que a vida pede atitudes práticas, concretas. É um peso dependerem somente de mim.
César: Quer dizer que acredita que a Senhora gera acomodação em muitos de nós?
Esperança: É histórico o quanto isso se tornou uma realidade. O ditado não foi muito bem interpretado.
César: Quer dizer que “quem espera, sempre alcança” tem um mau entendimento?
Esperança: Tecnicamente, sim. Esperar sem fazer nada, certamente não vai levar a nada. Mas como tem gente acomodada e que leva as coisas ao pé da letra...
César: Mas há aqueles que sempre renovam a Senhora em suas vidas, concorda?
Esperança: É uma realidade, meu rapaz. Esses, sim, talvez possam ser chamados de esperançosos, porém práticos. Após realizarem, voltam a ter desejo de continuarem a realizar. E é aí que eu entro, renovadamente.
César: Bom, agora uma última questão: a Senhora concorda que a cor verde seja associada à Senhora, em muitas culturas humanas?
Esperança: Tanto faz. Creio que o valor de um sentimento pode ter a cor que se desejar, desde que ele seja legítimo, espontâneo, genuíno, vívido.
César: Estou muito honrado por tê-la entrevistado. Agradeço bastante.
Esperança: Também apreciei sua deferência, meu caro. Mas confesso que ainda prefiro falar ao coração dos homens... Se é que me entende.
César: Sim, e como! (sorriso).

(parte do material elaborado para o Blog, intitulado: Sete Entrevistas Inusitadas, de César Pavezzi.)

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

UM ANO NOVINHO PRA REALIZAR MUITAS COISAS... ÓTIMO!!!

Meus queridos leitores e visitantes do Blog,
estou feliz por estar de volta depois de um intervalo onde descansei, viajei e me distraí com família e amigos nas festas de fim de ano. Estou de casa nova, cheio de projetos e ânimos renovados. Forte abraço aos que ainda acreditam em cultura e valores sociais positivos e construtivos. Bem vindo você, que ainda não conhecia o Blog e agora pode usufruir de doses especiais de reflexões e boas leituras. Vida longa e próspera de sentimentos e conquistas a todos!
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Sete entrevistas inusitadas:
         César Pavezzi encara uma de repórter e resolve conversar com essas sete Senhoras dominadoras do mundo e da vida, em muitos sentidos... Um projeto audacioso porque envolve questionar justamente quem nos dá respostas para todas as angústias e inquietações da Humanidade. Com certeza, a sabedoria das respostas obtidas pode nos levar a inúmeras reflexões sobre o que estamos fazendo com nossa própria realidade e com nosso destino. São elas:
Esperança
Vaidade
Malícia
Família
Verdade
Corrupção
Felicidade

A partir da próxima semana, começo a publicar essa série de entrevistas. Exclusivo no meu Blog. Aguardem!

"O direito à literatura"(fragmento)

Apresentamos, de forma objetiva, a visão de Antônio Cândido, grande historiador, analista e professor de Literatura: (...) "Chamarei de...