quinta-feira, 1 de outubro de 2020

"O direito à literatura"(fragmento)

Apresentamos, de forma objetiva, a visão de Antônio Cândido, grande historiador, analista e professor de Literatura:
(...)
"Chamarei de literatura, da maneira mais ampla possível, todas as criações de toque poético, ficcional ou dramático em todos os níveis de uma sociedade, em todos os tipos de cultura, desde o que chamamos folclore, lenda, chiste, até as formas mais complexas e difíceis da produção escrita das grandes civilizações.
Vista desse modo a literatura aparece claramente como manifestação universal de todos os homens em todos os tempos. Não há povo e não há homem que possa viver sem ela, isto é, sem a possibilidade de entrar em contato com alguma espécie de fabulação. Assim como todos sonham todas as noites, ninguém é capaz de passar as vinte e quatro horas do dia sem alguns momentos de entrega ao universo fabulado. O sonho assegura durante o sono a presença indispensável deste universo, independentemente da nossa vontade. E durante a vigília a criação ficcional ou poética, que é a mola da literatura em todos os seus níveis e modalidades, está presente em cada um de nós, analfabeto ou erudito, como anedota, causo, história em quadrinhos, noticiário policial, canção popular, moda de viola, samba carnavalesco. Ela se manifesta desde o devaneio amoroso ou econômico no ônibus até a atenção fixada na novela de televisão ou na leitura seguida de um romance. 
Ora, se ninguém pode passar vinte e quatro horas sem mergulhar no universo da ficção e da poesia, a literatura concebida no sentido amplo a que me referi parece corresponder a uma necessidade universal, que precisa ser satisfeita e cuja satisfação constitui um direito. (...)

(In: Vários Escritos, Ed. Duas Cidades, 2004.)

segunda-feira, 30 de março de 2020

Reflexão profunda de um Pensador

A literatura em perigo
(trecho), de Tzvetan Todorov:


"(...) A literatura pode muito. Ela pode nos estender a mão, quando estamos profundamente deprimidos, nos tornar mais próximos dos outros seres humanos que nos cercam, nos fazer compreender melhor o mundo e nos ajudar a viver. Não que ela seja, antes de tudo, uma técnica de cuidados para com a alma; porém, revelação do mundo, ela pode também, em seu percurso, nos transformar a cada um de nós a partir de dentro. (...) 

segunda-feira, 9 de março de 2020

O Sagrado Masculino


Eu acredito em homens amorosos ​​e amáveis.
Eu acredito nos homens místicos que acreditam em si mesmos.
Eu acredito em homens que buscam temperança e paz dentro deles.
Acredito em homens poetas, sonhadores, mágicos, escritores, alquimistas, artistas, professores e anjos.
Acredito em homens que gostam de dançar, cantar e fazer da vida uma celebração.
Eu acredito em homens que abraçam sua criança interior ferida, ouvem-na e a abraçam de verdade.
Eu acredito em homens que querem curar e ajudar os outros a se curar.
Eu acredito em homens que se recusam a ser escravos de sua própria ferida e que, apesar da dor, eles a limpam e a curam pacientemente, com amor e coragem.
Acredito nos homens que vêm das estrelas e lembram o poder de suas asas, o poder de suas palavras, o poder de suas mãos e o poder de seus corações.
Acredito em homens que conhecem a intuição e a usam como bússola.
Eu acredito em homens que compartilham liberdade porque são livres e não conhecem outra maneira de viver.
(...)

Acredito em homens plenos que não precisam de nada do lado de fora porque já sabem que tudo está por dentro.
Eu acredito em homens que fazem fogo quando estão com frio, que se refugiam na água quando estão com sede.
Eu acredito em homens com olhos sinceros que podem se ver e é por isso que amam e respeitam todas as criaturas que existem na Terra.
Eu acredito nos homens, perfeitamente imperfeitos, porque é nessa imperfeição que eles também encontram suas forças.
Acredito no coração liderar homens que sabem como receber e dar amor em equilíbrio, que escutam e que também falam, aqueles que vivem plenamente.
(...)

Eu acredito em homens com sentimentos claros, acessíveis.
Acredito em homens com inteligência emocional, que se aprofundam, compartilham as partes mais profundas de si mesmos e vivem com honra.
Eu acredito em homens que andam descalços na terra e podem falar com as plantas.
Acredito nos homens mansos e selvagens ao mesmo tempo.
Eu acredito no homem sagrado e em toda a divindade que eles têm estado.


(filosofia de RISHIMA)

"O direito à literatura"(fragmento)

Apresentamos, de forma objetiva, a visão de Antônio Cândido, grande historiador, analista e professor de Literatura: (...) "Chamarei de...