segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Um traço de poesia...

Um dia ainda encontro

Um dia ainda encontro
Crianças brincando sem medo
Adultos crescendo sem vícios
Mulheres sorrindo sem dor
Pássaros cantando sem sustos

Porque esse mesmo tempo
Que parece que não volta
Fez as crianças fugirem
Para detrás de suas portas

Porque esse mesmo dia
Que na plena luz floresceu
Fez os adultos chorarem
Na vida que se perdeu

Porque essa mesma época
Que foi de amores reais
Fez as mulheres descrerem
Já fartas de tantos ais 

Porque essa mesma era
Que foi de muita paz
Fez os pássaros calarem
E voarem dos canais

César Pavezzi 

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Por que certos fatos não mudam com o tempo?

Discurso de Rui Barbosa sobre a República do Brasil, em 1914

“De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos do maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto...

(...) Na República todos os grupos se alhearam do movimento dos partidos, da ação dos Governos, da prática das instituições. Contentamo-nos, hoje, com as fórmulas e aparência, porque estas mesmo vão se dissipando pouco a pouco, delas quase nada restando.

(...)
E nessa destruição geral de nossas instituições, a maior de todas as ruínas, Senhores, é a ruína da justiça, colaborada pela ação dos homens públicos, pelo interesse dos nossos partidos, pela influência constante dos nossos Governos. E nesse esboroamento da justiça, a mais grave de todas as ruínas é a falta de penalidade aos criminosos confessos, é a falta de punição quando se aponta um crime que envolve um nome poderoso, apontado, indicado, que todos conhecem.”

(Rui Barbosa - Discursos Parlamentares - Obras Completas - Vol. XLI - 1914 - TOMO III - pág. 86/87).


domingo, 26 de outubro de 2014

A Pátria de ontem (e de hoje?)

Setembro (Amada)

Vai, amada, mesmo a vida sendo perigosa
Mesmo que não seja um mar de rosas
Nunca queira desistir de um grande amor
Há de se um dia amada, apesar das armas poderosas
Apesar das forças engenhosas, que desejam ver o fim de um grande amor.

Há de ser ainda amada, apesar de tantos preconceitos
Apesar de tudo que é feito pra minar a paz de um grande amor.
Há de ser a mais amada, há de estar acima dos desejos
Há de estar ao lado de si mesma, pronta pra viver um grande amor.

Há de ser mais tão amada, mesmo a vida sendo perigosa
Mesmo que não seja um mar de rosas
Estará tão plena do seu grande amor
E estará tão carinhosa, tão serena e generosa, linda...

(Ivan Lins - compositor que sentiu as agruras da ditadura militar)

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Mensagens que circulam pela rede mundial

"O homem sábio é aquele que não se entristece com as coisas que não tem,
mas se rejubila com as que tem."

"A nossa felicidade será naturalmente proporcional em relação à felicidade
que fizermos para os outros."

"Eduque suas tendências, optando por aquilo que traz alegria ao seu espírito."

"Dias de chuva são prefeitos... Perfeitos para dormir, para comer e assistir
um filme ao lado de quem gostamos."

terça-feira, 26 de agosto de 2014

Por meus Irmãos da América Latina...

Todo cambia
(Julio Numhauser)

Cambia lo superficial (Muda o que é superficial)
Cambia también lo profundo (Muda também o que é profundo)
Cambia el modo de pensar (Muda o modo de pensar)
Cambia todo en este mundo (Muda tudo neste mundo)

Cambia el clima con los años (Muda o clima com os anos)
Cambia el pastor su rebaño (Muda o pastor seu rebanho)
Y así como todo cambia (E assim como tudo muda)
Que yo cambie no es extraño (Que eu mude não é estranho)

Cambia el más fino brillante (Muda o mais fino brilhante)
De mano en mano su brillo (De mão em mão o seu brilho)
Cambia el nido el pajarillo (Muda o ninho o passarinho)
Cambia el sentir un amante (Muda o sentir um amante)

Cambia el rumbo el caminante (Muda o rumo o caminhante)
Aunque esto le cause daño (Ainda que isto lhe cause dano)
Y así como todo cambia (E assim como tudo muda)
Que yo cambie no es extraño (Que eu mude não é estranho)

Cambia el sou en su carrera (Muda o sol em seu percurso)
Cuando la noche subsiste (Quando a noite permanece)
Cambia la planta y se viste (Muda a planta e se veste)
De verde en la primavera (De verde na primavera)

Cambia el pelaje la fiera (Muda a pelagem a fera)
Cambia el cabello el anciano (Muda o cabelo o ancião)
Y aí como todo cambia (E assim como tudo muda)
Que yo cambie no es extraño (Que eu mude não é estranho)

Pero no cambia mi amor (Mas não mude o meu amor)
Por más lejos que me encuentre (Por mais longe que me encontre)
Ni el recuerdo ni el dolor (Nem a lembrança, nem a dor)
De mi pueblo y de mi gente (De meu povo e de minha gente)

Lo que cambió ayer (O que mudou ontem)
Tendrá que cambiar manãna (Terá que mudar amanhã)
Así como cambio yo (Assim como mudo eu)
En esta tierra lejana (Nesta terra distante)

Cambia, todo cambia
Cambia, todo cambia...

(Esta bela e significativa canção foi gravada pela inesquecível intérprete argentina Mercedes Sosa).


terça-feira, 22 de julho de 2014

A necessidade tem pressa...

A Saúde tem pressa,
A Justiça tem pressa,
A Solidariedade tem pressa,
A Natureza tem pressa.

A Arte tem pressa,
A Religiosidade tem pressa,
A Honestidade tem pressa,
A Educação tem pressa.

O socorro não pode se atrasar,
A aplicação da lei também não,
A empatia nas relações muito menos,
A preservação da Terra não pode...

A emoção não deve esperar,
A fé não necessita postergar,
A cidadania não pode esperar,
O entendimento das coisas também não.

A necessidade tem pressa,
A fome e a miséria não devem ter...
A felicidade tem pressa,
O sofrimento e a dor não podem ter.

César Pavezzi

domingo, 13 de julho de 2014

Existem músicas que calam na alma...

VIDA
(Fábio Júnior)

Pelas ruas da cidade, pessoas andam num vai e vem

Não veem cair a tarde, dando seus passos como reféns
De uma vida sem saída, vida sem vida, mal ou bem
Pelos bancos desses parques, ninguém se toca, sem perceber
Que onde o sol se esconde, o horizonte tenta dizer
Que há sempre um novo dia, a cada dia, em cada ser

Não é preciso uma verdade nova, uma ventura

Pra encontrar nas luzes que se acendem um brilho eterno
E dar as mãos e dar de si além do próprio gesto
E descobrir feliz que o amor esconde outro universo

Pelos becos, pelos bares, pelos lugares que ninguém vê

Há sempre alguém querendo uma esperança, sobreviver
Cada rosto é um espelho de um desejo de ser, de ter

Não é preciso uma verdade nova, uma ventura
Pra encontrar nas luzes que se acendem um brilho eterno
E dar as mãos e dar de si além do próprio gesto
E descobrir feliz que o amor esconde outro universo

Cada rosto é um espelho de um desejo de ser, de ter

Talvez, quem sabe, por essa cidade passe um anjo
E por encanto abra suas asas sobre os homens
E ter vontade de ser dar aos outros, sem medida
A qualidade de poder viver, vida
Vida... Vida.






quinta-feira, 12 de junho de 2014

Todo dia é dia do Amor

Silêncio Amoroso 2

Preciso do teu silêncio cúmplice
sobre minhas falhas.
Não fale.
Um sopro, a menor vogal
pode me desamparar.
E se eu abrir a boca
minha alma vai rachar.                          

O silêncio, aprendo,
pode construir. É modo
denso / tenso
- de coexistir.
Calar, às vezes,
é fina forma de amar.

Affonso Romano de Sant'Anna

sábado, 24 de maio de 2014

Sobre multidões e comemorações visionárias

Eu queria ver, e continuo querendo, a multidão agitada, comemorando entusiasticamente a vitória da paz sobre toda e qualquer violência...
Eu queria ver, e continuo querendo, braços erguidos, rostos sorridentes, pela descoberta da cura contra muitos males físicos que afligem milhares de enfermos...
Eu queria ver, e continuo querendo, milhares de vozes gritando contra as atitudes corruptas de líderes políticos e empresários irresponsáveis...
Eu queria ver, e continuo querendo, milhões de torcedores empenhados em comemorar o fim das diferenças ideológicas e religiosas que separam nossos irmãos humanos no Oriente Médio...
Eu queria ver, e continuo querendo, centenas de milhares de pessoas fazendo barulho por mais atenção e cuidado com nossos irmãos africanos...
Eu queria ver, e continuo querendo, a multidão preocupada e indignada com a fome, a miséria, o descaso com as crianças de muitas partes do meu país e do mundo, bradando por elas...
Eu queria ver, e continuo querendo, uma grande comemoração porque, finalmente, a questão das comunidades carentes e intimidadas das periferias de muitas cidades, foi resolvida com justiça...
Eu queria ver,e continuo querendo, bandeiras, tambores, danças e alegria, porque o futuro de nossos filhos e netos será diferente...
E eu ainda queria ver, e vou continuar querendo, nações mais unidas e religiosas, não nos momentos de grandes eventos, mas sim para prática da dignidade, do afeto e da solidariedade verdadeiros.
César Pavezzi.

quinta-feira, 1 de maio de 2014

Sobre bandeiras e sentimentos esquecidos

Sempre admirei o simbolismo das bandeiras, a lembrança de honra e dignidade que elas deveriam suscitar, o sentimento verdadeiro de ser representado naquele pedaço de pano, a força desfraldada e agitada pelo vento... Pode até parecer uma sensação piegas, sufocada pelo significado que implantaram no uso deste objeto patriótico, que, por si só, já fala muito do mito buscado nas cores e formas usadas para passar uma mensagem de conquistas, liberdade, identidade e pertencimento.
Sempre me perguntei também por que muita gente crê que esse pedaço de pano só representa instituições governamentais, ou demagogicamente, discursos e posturas políticas em épocas de grande eventos ou de apelo ao coração dos cidadãos do país. Uma bandeira, até por conta de revelar um passado de conquistas, muitas vezes sangrentas e injustas, a crença numa liberdade que custou vidas humanas e sacrifícios gigantescos, revelar a suposta identidade de uma nação, e a sensação de pertencimento ao território onde se irmanam cidadãos, não precisa de ufanismos hipócritas, nem de comemorações pontuais por vitórias menores. Na minha humilde e, ao mesmo tempo, orgulhosa condição de brasileiro, essa sobreposição geométrica e colorida, tem um significado muito maior.
A verdadeira bandeira, ainda que não se materialize num mastro ou pendurada em janelas e sacadas, a verdadeira representação patriótica trago costurada no meu coração de cidadão atordoado, não com festas e glórias efêmeras, mas com a lembrança de meus irmãos sofridos, prejudicados e massacrados por outros brasileiros. Minha bandeira está manchada de suor e gotas de sangue, de todos aqueles que sofreram e sofrem injustiças, opressões e violência de toda espécie. Ela envolve meus sentimentos mais nobres, incluindo os negativos. Quisera fossem diferentes e cheios de alegria.
Essa mistura de linhas e cores, tão ordenadamente pensada, podia ser a mesma mistura de novos ideais, de atitudes e posturas mais humanas por conta de quem levanta bandeiras outras, de mais alegria e felicidade duradouras, de mais paz e harmonia, para que se possa ter o mais nobre progresso que se desejaria de irmãos num mesmo território, numa mesma nação: o progresso moral e espiritual.
César Pavezzi

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Uma satisfação aos que visitam este Blog

Meus caros seguidores,
achei-me em dívida para com vocês, que sempre visitam essa página, e que, infelizmente no último mês não encontraram nada de novo (ou interessante) ocupando este espaço de cultura e informação.
Não encontraram, está claro, porque o mesmo não foi atualizado, como de início este escritor que lhes fala havia prometido e se comprometido a fazê-lo semanalmente.
Tenho vivido um período de trabalho intenso, em minhas funções profissionais, e colocando em segundo plano a organização e publicação de textos no Blog, justamente por não estar encontrado espaços de tempo para me dedicar.
Mesmo assim, acredito que as divulgações vão se normalizar, a partir da próxima semana, e continuarei a postar mensagens e produções interessantes e culturalmente úteis a todos os apaixonados por livros e ideias do universo artístico e informativo.
Não me prolongo mais, pois conto com a compreensão de meus seguidores e visitantes eventuais.
Sejam sempre muito bem vindos aqui!

César Pavezzi.

domingo, 23 de fevereiro de 2014

Exemplo de resignação e sabedoria

“Muitas vezes as pessoas
são egocêntricas, ilógicas e insensatas.
Perdoe-as assim mesmo. Se você é gentil,
as pessoas podem acusá-lo de interesseiro.
Seja gentil assim mesmo.
Se você é um vencedor,
terá alguns falsos amigos e alguns inimigos verdadeiros.
Vença assim mesmo.
Se você é honesto e franco,
as pessoas podem enganá-lo.
Seja honesto e franco assim mesmo.
O que você levou anos para construir,
alguém pode destruir de uma hora para outra.
Construa assim mesmo.
Se você tem paz e é feliz,
as pessoas podem sentir inveja.
Seja feliz assim mesmo.
O bem que você faz hoje,
pode ser esquecido amanhã.
Faça o bem assim mesmo.
Dê ao mundo o melhor de você,
mas isso pode não ser o bastante.
Dê o melhor de você assim mesmo.
Veja você que, no final das contas,
é tudo entre você e Deus.
Nunca foi entre você e os outros.”

Madre Tereza de Calcutá

domingo, 9 de fevereiro de 2014

Ideias de um grande historiador e cronista

"Vivemos em plena cultura da aparência:
O contrato de casamento importa mais que o amor,
O funeral mais do que o morto,
As roupas mais do que o corpo
E a missa mais do que Deus."

Eduardo Galeano

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Palavras são mais que simples palavras...

"Se as coisas são feitas para serem usadas e as pessoas para serem amadas, por que amamos as coisas e usamos as pessoas???"

"A sabedoria do peregrino consiste em não em chegar depressa a seu destino, mas sim em apreciar as belezas do caminho."

"Você já parou pra pensar que todo mundo que é favor do aborto, já nasceu???"

"Deus escolhe as coisas loucas desse mundo para confundir as sábias..."

"O que está por fora nem sempre mostra o que está por dentro."

"Ao invés de as pessoas esperarem que o ano que está começando seja melhor que o anterior, deveriam pensar que o novo ano é que espera que elas sejam melhores."


"O direito à literatura"(fragmento)

Apresentamos, de forma objetiva, a visão de Antônio Cândido, grande historiador, analista e professor de Literatura: (...) "Chamarei de...