segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Em defesa da Escola

O exemplo de Pinóquio (1ª parte)


Gepeto (que é uma metáfora interessante de pai, criador e educador), um dia, descobre que tinha em mãos mais do que um amontoado de pedaços de madeira juntados e atados, mais do que uma marionete , enfim, tinha um menino, ou um projeto de menino, ser humano em construção. Outro simbolismo para a segunda infância, pois Pinóquio, assim “batizado” pelo criador, já nasceu criança desenvolvida e curiosa. Como muitas que nascem nos dias de hoje, ainda que com um pai que nem de longe tem a doçura e as preocupações de Gepeto, o velhinho. Os exemplos trazidos pela história desse boneco podem sugerir, ressalvadas a época de produção do romance e as intenções ideológicas do autor, uma comparação bastante próxima ao universo em que estão mergulhados nossos aprendizes da atualidade.
                               Como todo pai zeloso e empenhado na educação de filhos, Gepeto logo decide que Pinóquio deveria frequentar a escola. Decisão sábia, porém sem muito peso na consciência de um boneco de madeira que, ao longo das circunstâncias impostas pela história narrada, teria que lutar muito para se tornar um ser humano, menino de carne e osso, um desejo genuíno do próprio pai. O que existe de profundo e cíclico aqui é o fato de que todo criador tem essa vontade profunda de que sua criatura melhore, cresça, intelectual e emocionalmente, para conseguir ser reconhecido verdadeiramente como alguém, gente, humano e mais preparado para o mundo. Discurso semelhante ao de todo pai quando cobra seus filhos sobre a importância de estudar, empenhar-se na escola.

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