domingo, 11 de março de 2012

Entrevista com: FELICIDADE

Com vocês, leitores, nossa sétima e última convidada:


Repórter: É um grande prazer recebê-la, Senhora Felicidade!
Felicidade: Agradeço pelo convite e espero provocar muito contentamento com minhas respostas (risinho discreto).
César: Tenho certeza disso. Bem, em primeiro lugar, o que é verdadeiramente ser feliz?
Felicidade: Não é algo que se adquire através de coisas externas, bens materiais ou objetos concretos que o ser humano coloca à sua disposição. A Felicidade genuína está dentro de cada um, relacionada muito mais à alma do que a outra forma material de vida.
César: Então a Humanidade, em muitos momentos, se sente infeliz justamente por buscá-la do lado de fora, nas situações e objetos externos?
Felicidade: Sim, meu querido. Nada é tão sábio do que conhecer a si mesmo e saber o que realmente contenta seu coração e seu espírito, de forma subjetiva, emocional.
César: Dizem que o dinheiro, os bens materiais, não compram a Felicidade. Mas por que então existe tanta infelicidade causada pela miséria e má distribuição de valores materiais na Terra?
Felicidade: Um tanto do que respondi nas duas primeiras questões ajuda a compreender isso. Egoísmos, vaidades, falta de solidariedade, individualismos de toda sorte e interesses por poder não deixam que a Felicidade seja estimulada no coletivo, de forma mais humanizadora.
César: Bem, então podemos pensar que se os bens materiais fossem melhor divididos, todos seriam mais felizes?
Felicidade: Não é só isso. A verdade é que muitas pessoas não se contentam com uma vida mais simples, tendo o necessário para suprir suas necessidades materiais, e proporcionando uma divisão mais justa de recursos. Solidariedade teria que ser um exercício constante, não só um discurso.
César: Quer dizer que uma vida mais simples traz mais Felicidade do que a riqueza material?
Felicidade: Pode acreditar nisso. Eu estou mais presente nas coisas simples, no cotidiano das pessoas simples, nas pequenas alegrias, do que em grandes eventos marcados por pompa e luxo (que não revelam o sofrimento e a dor que escondem).
César: Então por que é que a tantas pessoas se sentem tão insatisfeitas, quando avaliam seu estado geral de Felicidade?
Felicidade: Porque ainda não aprenderam a amar. Amar família, colegas, amigos, namorados e até mesmo o trabalho que cabe a cada um como missão. Quando se estabelece uma rede de sabedoria para esse amor despojado e compreensivo, mais cresce a possibilidade de cada um e todos serem mais felizes.
César: É possível pensar que, desse modo, sem uma Felicidade coletiva, ninguém é verdadeiramente feliz no plano individual?
Felicidade: Sim. Quando há sintonia nessa busca, consciência e valorização de sentimentos, tudo se torna mais fácil. Por isso, a necessidade de se conhecer e valorizar mais suas alegrias internas, emocionais.
César: Muito sábio. Uma sabedoria que traz Felicidade... Estou muito comovido e bastante grato. Esperamos tê-la sempre ao nosso lado.
Felicidade: Meu objetivo é esse, meu caro. Desejo uma boa dose de mim a todos!
(parte do material intitulado Sete Entrevistas Inusitadas, da autoria de César Pavezzi.)

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