domingo, 23 de junho de 2013

Quando a turba se conturba...

"Amo o público, mas não o admiro. Como indivíduos, sim. Mas, como multidão, não passa de um monstro sem cabeça."
Charles Chaplin

                Este pensamento de Chaplin leva a uma consciência de que nem todo ajuntamento de pessoas significa conscientização, discernimento ou racionalidade para protestar ou tentar combater falhas ocorridas num sistema social. Ainda mais quando refletimos sobre grandes ajuntamentos ou tumultos acontecidos em muitos espaços do nosso e de outros países que acabaram resultando em massacres, pânicos, inocentes pisoteados, feridos mortalmente, desordem e descontrole, até dos objetivos desses eventos.

                A palavra turba resume bem uma horda de vândalos, desordeiros e saqueadores, que, enquanto parte da multidão não têm racionalidade, muito menos equilíbrio de atitudes, pois não passa de um número massivo de desgovernados, insanos e cheios de insensatez. Outro tipo de turba pode ser considerada aquela que, impulsionada por ideologias meramente ilusionistas, deixa-se convencer de que o barulho, a agressividade e a violência representam a sua “força”, não para mudar um estado de coisas, mas para deixar marcas de sua passagem ignorante e obtusa pelos espaços que as encurralam e oprimem.

                Multidão não pode rimar com destruição, e turba não pode ser significado de quem, negativamente, perturba. Ou corremos o risco de que esse “monstro” acéfalo seja comandado pelas mais baixas influências existentes no nosso sistema social. E de líderes negativos, e eles também descerebrados, o país já está cheio.


César Pavezzi

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